quarta-feira, dezembro 08, 2010

John Bunyan - (1628 - 1688)

John Bunyan, o sonhador que nos deu "O Peregrino"

"Caminhando pelo deserto deste mundo, parei num sítio onde havia uma caverna (a prisão de Bedford): ali deitei-me para descansar. Em breve adormeci e tive um sonho. Vi um homem coberto de andrajos, de pé, e com as costas voltadas para a sua habitação, tendo sobre os ombros uma pesada carga e nas mãos um livro".



Faz três séculos que John Bunyan assim iniciou o seu livro, o Peregrino. Os que conhecem as suas obras literárias podem testificar de que ele é, de fato, "o Sonhador Imortal" - "Estando ele morto, ainda fala". Contudo, enquanto miríades de crentes conhecem o Peregrino, poucos conhecem a história da vida de oração desse valente pregador.


Bunyan, na sua obra, Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, nos informa que seus pais, apesar de viverem em extrema pobreza, conseguiram ensiná-lo a ler e escrever. Ele mesmo se intitulou a si próprio de "o principal dos pecadores"; outros atestam que era "bem-sucedido" até na impiedade. Contudo, casou-se com uma moça de família cujos membros eram crentes fervorosos Bunyan era funileiro e, como acontecia com todos os funileiros, era paupérrimo; ele não possuía um prato nem uma colher - apenas dois livros: O Caminho do Homem Simples para os Céus e A Prática da Piedade, obras que seu pai, ao falecer, lhe deixara. Apesar de Bunyan achar algumas coisas que lhe interessavam nesses dois livros, somente nos cultos é que se sentiu convicto de estar no caminho para o Inferno.


Descobre-se nos seguintes trechos, copiados de Graça Abundante ao Principal dos Pecadores, como ele lutava em oração no tempo da sua conversão:


"Veio-me às mãos uma obra dos 'Ranters', livro estimado por alguns doutores. Não sabendo julgar os méritos dessas doutrinas, dediquei-me a orar desta maneira: 'Ó Senhor, não sei julgar entre o erro e a verdade. Senhor, não me abandones por aceitar ou rejeitar essa doutrina cegamente; se ela for de ti, não me deixes desprezá-la; se for do Diabo, não me deixes abraçá-la!' - e, louvado seja Deus, Ele que me dirigiu a clamar; desconfiando na minha própria sabedoria, Ele mesmo me guarda do erro dos 'Ranters'. A Bíblia já era para mim muito preciosa nesse tempo."


"Enquanto eu me sentia condenado às penas eternas, admirei-me de como o próximo se esforçava para ganhar bens terrestres, como se esperasse viver aqui eternamente... Se eu pudesse ter a certeza da salvação da minha alma, como se sentiria rico, mesmo que não tivesse mais para comer a não ser feijão."


"Busquei o Senhor, orando e chorando e do fundo da alma clamei: 'Ó Senhor, mostra-me, eu te rogo, que me amas com amor eterno!' Logo que clamei, voltaram para mim as palavras, como um eco: 'Eu te amo com amor eterno!' Deitei-me para dormir em paz e, ao acordar, no dia seguinte, a mesma paz permanecia na minha alma. O Senhor me assegurou: 'Amei-te enquanto vivias no pecado, amei-te antes, amo-te depois e amar-te-ei por todo o sempre'."


"Certa manhã, enquanto tremia na oração, porque pensava que não houvesse palavra de Deus para me sossegar, Ele me deu esta frase: 'A minha graça te basta'."O meu entendimento foi tão iluminado como se o Senhor Jesus olhasse dos céus para mim, pelo telhado da casa, e me dirigisse essas palavras. Voltei para casa chorando, transbordando de gozo e humilhado até o pó."


"Contudo, certo dia, enquanto andava no campo, a consciência inquieta, de repente estas palavras entraram na minha alma: 'Tua justiça está nos céus.' E parecia que, com os olhos da alma, via Jesus Cristo à destra de Deus, permanecendo ali como minha justiça... Vi, além disso, que não é o meu bom coração que torna a minha justiça melhor, nem que a prejudica; porque a minha justiça é o próprio Cristo, o mesmo ontem, hoje e para sempre. As cadeias então caíram-me das pernas; fiquei livre das angústias; as tentações perderam a força; o horror da severidade de Deus não mais me perturbava, e voltei para casa regozijando-me na graça e no amor de Deus. Não achei na Bíblia a frase: 'Tua justiça está nos céus.' Mas achei 'o qual para nós foi feito por Deus sabedoria e justiça, e santificação, e redenção' (1 Coríntios 1.30) e vi que a outra frase era verdade.


"Enquanto eu assim meditava, o seguinte trecho das Escrituras penetrou no meu espírito com poder: 'Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou.' Assim fui levantado para as alturas e me achava nos braços da graça e misericórdia. Antes temia a morte, mas depois clamei: 'Quero morrer.' A morte tornou-se para mim uma coisa desejável. Não se vive verdadeiramente antes de passar para a outra vida. 'Oh!' - pensava eu - 'esta vida é apenas um sonho em comparação à outra!' Foi nessa ocasião que as palavras 'herdeiros de Deus' se tornaram tão cheias de sentido, que eu não posso explicar aqui neste mundo. 'Herdeiros de Deus!' O próprio Deus é a porção dos santos. Isso vi e disso me admirei, contudo, não posso contar o que vi... Cristo era um Cristo precioso na minha alma, era o meu gozo; a paz e o triunfo por Cristo eram tão grandes que tive dificuldade em conter-me e ficar deitado."


Bunyan, na sua luta para sair da escravidão do vício e do pecado, não fechava a alma dos perdidos que ignoravam os horrores do inferno. Acerca disto ele escreveu:


"Percebi pelas Escrituras que o Espírito Santo não quer que os homens enterrem os seus talentos e dons, mas antes que despertem esses dons... Dou graças a Deus, por me haver concedido uma medida de entranhas e compaixão, pela alma do próximo, e me enviou a esforçar-me grandemente para falar uma palavra que Deus pudesse usar para apoderar-se da consciência e despertá-la. Nisso o bom Senhor respondeu ao apelo de seu servo, e o povo começou a mostrar-se comovido e angustiado de espírito ao perceber o horror do seu pecado e a necessidade de aceitar a Jesus Cristo."


"De coração, clamei a Deus com grande insistência que Ele tornasse a Palavra eficaz para a salvação da alma... De fato, disse repetidamente ao Senhor que, se o meu enforcamento perante os olhos dos ouvintes servisse para despertá-los e confirmá-los na verdade, eu o aceitaria alegremente."



"O maior anelo em cumprir meu ministério era o de entrar nos lugares mais escuros do país... Na pregação, realmente, sentia dores de parto para que nascessem filhos para Deus. Sem fruto, não ligava importância a qualquer louvor aos meus esforços; com fruto, não me importava com qualquer oposição."


Os obstáculos que Bunyan tinha de encarar eram muitos e variados. Satanás, vendo-se grandemente prejudicado pela obra desse servo de Deus, começou a levantar barreiras de todas as formas. Bunyan resistia fielmente a todas as tentações de vangloriar-se sobre o fruto de seu ministério e cair na condenação do Diabo. Quando, certa vez, um dos ouvintes lhe disse que pregara um bom sermão, ele respondeu: "Não precisa dizer-me isso, o Diabo já cochichou a mesma coisa no meu ouvido antes de sair da tribuna."


Então o inimigo das almas suscitou os ímpios para caluniá-lo e espalhar boatos em todo o país, a fim de induzi-lo a abandonar seu ministério. Chamavam-no de feiticeiro, jesuíta, cangaceiro e afirmavam que vivia amancebado, que tinha duas esposas e que os seus filhos eram ilegítimos.


Quando o Maligno falhou em todos esses planos de desviar Bunyan do seu ministério glorioso, os inimigos denunciaram-no por não observar os regulamentos dos cultos da igreja oficial. As autoridades civis o sentenciaram à prisão perpétua, recusando terminantemente a revogação da sentença, apesar de todos os esforços de seus amigos e dos rogos da sua esposa - tinha de ficar preso até se comprometer a não mais pregar.


Acerca da sua prisão, ele diz: "Nunca tinha sentido a presença de Deus ao meu lado em todas as ocasiões como depois de ser encerrado... fortalecendo-me tão ternamente com esta ou aquela Escritura até me fazer desejar, se fosse lícito, maiores provações para receber maiores consolações".


"Antes de ser preso, eu previa o que aconteceria, e duas coisas ardiam no coração, acerca de como podia encarar a morte, se chegasse a tal ponto. Fui dirigido a orar pedindo a Deus me fortalecesse com toda a força, segundo o poder da sua glória, em toda a fortaleza e longanimidade, dando com alegria graças ao Pai. Quase nunca orei, durante o ano antes de ser preso, sem que essa Escritura me entrasse na mente e eu compreendesse que para sofrer com toda a paciência devia ter toda a fortaleza, especialmente para sofrer com alegria."


"A segunda consideração foi na passagem que diz: 'Mas nós temos tido dentro de nós mesmos a sentença de morte para que não confiássemos em nós mesmos, porém em Deus que ressuscita os mortos'. Cheguei a ver, por essa Escritura que, se eu chegasse a ponto de sofrer como devia, primeiramente tinha de sentenciar à morte todas as coisas que pertencem à nossa vida, considerando-me a mim mesmo, minha esposa, meus filhos, a saúde, os prazeres, tudo, enfim, como mortos para comigo e eu morto para com eles.


"Resolvi, como Paulo disse, não olhar para as coisas que se vêem, mas sim, para as que se não vêem, porque as coisas que se vêem, são temporais, mas as coisas que se não vêem, são eternas. E compreendi que se eu fosse prevenido apenas de ser preso, poderia, de improviso, ser chamado, também, para ser açoitado, ou amarrado ao pelourinho. Ainda que esperasse apenas esses castigos, não suportaria o castigo de desterro. Mas a melhor maneira para passar os sofrimentos seria confiar em Deus, quanto ao mundo vindouro; quanto a este mundo, devia considerar o sepulcro como minha morada, estender o meu leito nas trevas, dizer à corrupção: Tu és meu pai', e aos vermes: 'Vós sois minha mãe e minha irmã' (Jó 17.13,14).


"Contudo, apesar desse auxílio, senti-me um homem cercado de fraquezas. A separação da minha esposa e de nossos filhos, aqui na prisão torna-se, às vezes, como se fosse a separação da carne dos ossos. E isto não somente porque me lembro das tribulações e misérias que meus queridos têm de sofrer; especialmente a filhinha cega. Minha pobre filha, quão triste é a tua porção neste mundo! Serás maltratada, pedirás esmolas; passarás fome, frio, nudez e outras calamidades! Oh! os sofrimentos da minha ceguinha quebrar-me-iam o coração aos pedaços!"


"Eu meditava muito, também, sobre o horror ao Inferno para os que temiam a Cruz a ponto de se recusarem a glorificar a Cristo, suas palavras e leis perante os filhos dos homens. Além do mais, pensava sobre a glória que Ele preparara para os que, em amor, fé e paciência, testificavam dele. A lembrança destas coisas serviam para diminuir a mágoa que sentia ao lembrar-me de que eu e meus queridos sofriam pelo testemunho de Cristo".


Nem todos os horrores da prisão abalaram o espírito de John Bunyan. Quando lhes ofereciam a sua liberdade sob a condição de ele não pregar mais, respondia: "Se eu sair hoje da prisão, pregarei amanhã, com o auxílio de Deus".Mas se alguém pensar que, afinal de contas, John Bunyan era apenas um fanático, deve ler e meditar sobre as obras que nos deixou: Graça Abundante ao Principal dos Pecadores; Chamado ao Ministério; O Peregrino; A Peregrina; A Conduta do Crente; A Glória do Templo; O Pecador de Jerusalém é Salvo; As Guerras da Famosa Cidade de Alma-humana; A vida e a Morte de Homem Mau; O Sermão do Monte; A Figueira Infrutífera; Discursos Sobre Oração; O Viajante Celestial; Gemidos de Uma Alma no Inferno; A Justificação é Imputada, etc.


Passou mais de doze anos encarcerado. É fácil dizer que foram doze longos anos, mas é difícil conceber o que isso significa - passou mais da quinta parte da sua vida na prisão, na idade de maior energia. Foi um quacre, chamado Whitehead, que conseguiu a sua libertação. Depois de liberto, pregou em Bedford, Londres, e muitas outras cidades. Era tão popular, que foi alcunhado de "Bispo Bunyan". Continuou o seu ministério fielmente até a idade de sessenta anos, quando foi atacado de febre e faleceu. O seu túmulo é visitado por dezenas de milhares de pessoas.


- Como se explica o êxito de John Bunyan? O orador, o escritor, o pregador, o professor da Escola Dominical e o pai de família, cada um conforme o seu ofício, pode lucrar grandemente com um estudo do estilo e méritos de seus escritos, apesar de ele ter sido apenas um humilde funileiro, sem instrução.


- Mas como se pode explicar o maravilhoso sucesso de Bunyan? Como pode um iletrado pregar como ele pregava e escrever num estilo capaz de interessar à criança e ao adulto; ao pobre e ao rico; ao douto e ao indouto? A única explicação do seu êxito é que "ele era um homem em cons¬tante comunhão com Deus". Apesar de seu corpo estar preso no cárcere, a sua alma estava liberta. Porque foi ali, numa cela, que John Bunyan teve as visões descritas nos seus livros - visões muito mais reais do que os seus perseguidores e as paredes que o cercavam. Depois de desaparecerem os perseguidores da terra e as paredes caírem em pó, o que Bunyan escreveu continua a iluminar e alegrar a to¬das as terras e a todas as gerações.


O que vamos citar mostra como Bunyan lutava com Deus em oração:


"Há, na oração, o ato de desvelar a própria pessoa, de abrir o coração perante Deus, de derramar afetuosamente a alma em pedidos, suspiros e gemidos. 'Senhor', disse Davi, 'diante de ti está todo o meu desejo e o meu gemido não te é oculto' (Salmo 38.9). E outra vez: 'A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma!' (Salmo 42.2-4). Note: 'Derramo a minha alma!' é um termo demonstrativo de que em oração sai a própria vida e toda a força para Deus".


Em outra ocasião escreveu: "As melhores orações consistem, às vezes, mais de gemidos do que de palavras e estas palavras não são mais que a mera representação do coração, vida e espírito de tais orações".


Como ele insistia e importunava em oração a Deus, é claro no trecho seguinte: "Eu te digo: Continua a bater, chorar, gemer e prantear; se Ele se não levantar para te dar, porque és seu amigo, ao menos por causa da tua importunação, levantar-se-á para dar-te tudo o que precisares".


Sem contestação, o grande fenômeno da vida de John Bunyan consistia no seu conhecimento íntimo das Escrituras, as quais amava; e na perseverança em oração ao Deus que adorava. Se alguém duvidar de que Bunyan seguia a vontade de Deus nos doze longos anos que passou na prisão de Bedford, deve lembrar-se de que esse servo de Cristo, ao escrever O Peregrino, na prisão de Bedford, pregou um sermão que já dura quase três séculos e que hoje é lido em cento e quarenta línguas. É o livro de maior circulação depois da Bíblia. Sem tal dedicação a Deus, não seria possível conseguir o incalculável fruto eterno desse sermão pregado por um funileiro cheio da graça de Deus!

O. Boyer

quinta-feira, agosto 26, 2010

A falta de ensino bíblico marca a adoração confusa da nossa época

Preletor: Nelson Bomilcar

O que poderia ser motivo de unidade, hoje nos afasta. O que poderia ser um caminho de aliança, hoje faz romper; o que poderia ser motivo de edificação, faz ruir; o que poderia ser caminho de testemunho, impede incrédulos de enxergar e conhecer o cerne do evangelho! O que poderia exaltar a pessoa de Jesus, exalta pessoas, ministérios e “pequenos reinos”. Adoração confusa marca nossa época presente, refletindo a falta de ensino bíblico e interpretações estranhas das Escrituras!Algumas décadas atrás, a igreja brasileira sofreu algumas divisões provocadas por entendimentos diferentes quanto à doutrina do Espírito Santo e a adoração. Na adoração e louvor, as divisões quase todas se deram por uma análise das “posturas externas”. Uns levantavam a mão, outros não, uns diziam aleluia, outros não, uns batiam palmas, outros não, uns dançavam, outros não, uns falavam em línguas, outros não, uns eram informais nos cultos públicos, outros não, etc.Nossa adoração pública era influenciada por movimentos musicais que refletiam situações específicas vividas por algumas pessoas ou algumas igrejas em seus países de origem. Recebemos heranças e não há como negar, os missionários trouxeram para a igreja brasileira, e muito foi absorvido sem questionamento ou uma análise mais profunda. Por exemplo, dizia-se que não se podia usar música popular nos cânticos e hinos, e não nos dávamos conta que nossos hinários estavam repletos de músicas populares acrescidas com letras de temática bíblica ou cristã.Tivemos a influência de Ralph Carmichael, Otis Schillings, Salomão Ginsburg, Kurt Kaiser, Beverly Shea (das cruzadas de Billy Graham), do ministério Maranatha Music, das cantatas de Peterson, etc. Em seu pano de fundo, refletiam momentos com ênfases doutrinárias vividas pela igreja na América do Norte. A igreja brasileira, ainda sem uma identidade na adoração, simplesmente absorvia estes modelos e produções, muitas delas de excelente qualidade musical e teológica, outras nem tanto.

Fomos nos tornando mais rebuscados na adoração e em nossas manifestações artísticas, ao mesmo tempo em que se confundia adoração somente com música. A igreja estava desmobilizada para a adoração pessoal e comunitária, vivia-se de apresentações musicais onde as pessoas “assistiam” os chamados “serviços de culto”. A tentação de copiar modelos era grande, a busca por novidades era intensa e não tínhamos muitos mentores que pudessem ajudar a igreja brasileira a crescer nesta compreensão da adoração.

Por isso que trabalhos como o do Pr. João Souza Filho, Gottfriedson, Asaph Borba (na época na Seara Latina Evangelística), Jairinho e Paulo César (na época na Palavra da Vida), Vencedores por Cristo, tornaram-se referenciais para muitos. E graças a Deus, bons referenciais. Fomos abençoados por eles.

A busca por modelos e novidades que vêm de fora continua como característica da igreja brasileira nestes dias. A busca por modelos e novidades que vêm de fora continua como característica da igreja brasileira nestes dias. Uma geração mais enfraquecida em sua compreensão bíblica, pois quase desapareceram os mestres e pastores que pregam a Bíblia expositivamente, preocupados e cuidadosos em ensinar o que ela diz, considerando as línguas originais, contexto, regras básicas de interpretação bíblica, etc. Consequentemente, o povo está menos habilitado a discernir e avaliar o que estamos ouvindo e vendo, fazendo o filtro fundamental de “reter o que é bom”.

Infelizmente, em nossa geração consumista, instantânea e internética, que cultua a “imagem”, que “clama” novidades o tempo todo (Ron Kenoly e Graham Kendrick já são vistos como ultrapassados, imaginem só!), não buscamos os caminhos de simplicidade na adoração conforme ensinado por Jesus. Ele que nunca se iludiu ou se iludirá com manifestações e aparências externas na forma de religiosidade (Isaías 1) ou de eventos megalomaníacos para a mídia.O lugar esquecido da adoração continua sendo o coração do homem, quebrantado, humilde e que reconhece a necessidade existencial e espiritual de conhecer, se entregar e andar com Cristo Jesus para de fato poder adorar a Deus (João 4:20-28). Enquanto isso, trabalhos musicais aportam numa velocidade incrível em nosso país, disseminando e despejando suas ideias e convicções sobre adoração, algumas bem pontuais, circunstanciais, e baseados na experiência ou revelações recebidas, de uma ou duas pessoas.

Tenho participado de um número enorme de encontros, retiros e congressos, onde, em nome de “contribuir” para a visão da igreja brasileira, colocam-se pessoas de todas as tendências, estilos e pensamentos diferentes, para que, como num grande supermercado, escolhamos a linha ou visão a seguir. A idéia é: “consuma o que desejar e for pertinente para a sua realidade”. Quase no slogan do comercial conhecido em nosso país “experimenta, experimenta, experimenta”…

O lugar esquecido da adoração continua sendo o coração do homem. Ao contrário de maturidade, abertura de mente e humildade, isto reflete nossa insegurança e imaturidade em não balizar caminhos saudáveis para a adoração através do que a Bíblia realmente ensina, isto é, numa exegese mínima aceitável.

Demonstra também uma grande fragilidade dos chamados líderes de adoração (termo que precisa também ser definido e explicado), que não ajudam as pessoas a discernir o que é bíblico e pertinente para a adoração. Falta-nos coragem de dizer o que cremos ou pensamos de fato e alertar sobre enganos que temos visto.

Em nome de uma “unidade cosmética”, refletida em muitos palcos, ficamos em nossos cantos, vendo proliferar ideias e manifestações perigosas; algumas altamente manipulativas e humanizadas, e não colocamos a cara para bater falando, exortando e alertando dos perigos que alienam as pessoas de uma adoração que deve estar presente na vida, no cotidiano, no dia a dia, no silêncio, nos relacionamentos, onde ninguém vê ou está olhando, sem rádio e TV .

Percebemos uma igreja que é altamente desmobilizada, por exemplo, na prática da ação social e ministério do socorro, adoração prática recomendada por Tiago (Tg 1.27). Onde estão as “reuniões poderosas de adoração” no serviço em favelas, hospitais, cuidando dos meninos e homens de rua, na evangelização e obra de missões, que transformam pessoas e realidades sociais? Onde está a adoração que abraça causas humanas e de justiça? Isto não passa nem de perto na compreensão de vários ministérios e líderes de adoração que caminham em nosso país.

Ouve-se sobre adoração profética, sem se definir o que significa adoração e o que se quer dizer com profético. Como se ouve tanta coisa sobre isto, e mal explicado, quase como um jargão, a confusão se instala. Usam-se de forma inadequada o termo profético e a palavra profecia.O retorno ao louvor hebraico como pré-requisito na adoração “parece” o caminho mais seguro ou divino, mas é um engano; busca-se, então, um modelo de louvor chamado extravagante (precisamos buscar as bases bíblicas sobre o que é isto). Outro caminho trilhado tem sido a chamada adoração no e do “mover” (quem conseguiu mapear a ação do Espírito que sopra onde quer, ninguém sabe de onde ele vem e nem para onde vai?). Outras ênfases sobre “posturas” do adorador têm sido veiculadas, quase como mudança de hábitos ou comportamento, e não de transformação interna e pessoal, etc.

O Pai continua à procura dos que o adorem em espírito e em verdade. Como igreja, precisamos sempre do ensino e compreensão bíblica sobre adoração; o caminho está aberto para os mestres, pastores e os que ministram louvor em nosso país que têm seus ministérios reconhecidos. As pessoas estão olhando para estes referenciais, e, portanto, temos que ser mais prudentes.Esclarecer e não confundir, ajudar as pessoas comuns a encontrar e adorar a Jesus na singeleza e simplicidade da vida, na meditação, na oração, na comunhão, na missão, na contemplação, e não em ritos mágicos, em oráculos e modelos decifrados por alguns especialistas e privilegiados dos “mistérios” da adoração.

Há uma grande responsabilidade sobre os que ensinam em ajudar a igreja brasileira a entender, expressar e viver a adoração em todas as suas dimensões. A capacitação, sem dúvida, é do Espírito Santo.Temos boas influências que vêm de fora de nosso país, cabe-nos orar, ouvir, discernir com sabedoria e mútuo conselho, e reter o que é bom, segundo a revelação da Palavra de Deus.

segunda-feira, agosto 16, 2010

Vídeo: Arrebatamento

E aí? Vc tem certeza que está preparado?

No amor do Senhor,

Fer

Casa Espiritual


“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo”. (1Pedro 2.5)

Há três dias tenho pensado muito sobre nós, que confessamos Cristo como Salvador e Senhor de nossas vidas, sermos Casa Espiritual. Se antes de conhecermos a Cristo éramos casa vazia, hoje, somos moradas do Espírito de Deus. Se antes éramos sujos pelo pecado, hoje, pelo sangue de Jesus fomos limpos, lavados e adornados. Se antes nosso ser era dominado pelas trevas, hoje, pela obra redentora de Jesus nos tornamos habitáveis.

Para nós, a referência que temos é que a casa é o lugar geralmente onde desfrutamos momentos em família, onde podemos descansar confortavelmente depois de um dia de trabalho, é o lugar que temos pra voltar depois de um período fora, é onde ficamos realmente à vontade, é onde nos alimentamos, temos nossas coisas guardadas... enfim, a casa é o lugar mais íntimo que temos. Essa referência me faz pensar na beleza sobrenatural que é ser morada do Espírito. Me faz pensar que por uma escolha do próprio Deus, somos habitados por Ele “Eis que estou à porta, e bato” (Ap. 3.20). Por amor, Deus se revelou a sua criatura através de Jesus e assim nos fez valorosos e, achou em nós o “lugar” para habitação do seu Espírito.

Aquele que habita no céu, que está assentado no trono (Ap. 7.10), que tem a Terra como estrado dos seus pés (At. 7.49), também habita em mim, e isso faz com que minha vida tenha todo o sentido. Refletir sobre isso mais uma vez me fez pensar no amor de Deus. Ele não habita em casa feita pelas mãos dos homens (At. 7.48), mas pelo seu amor Ele habita em um ser que tem a sua essência feita de barro, do pó da terra (Gn. 2.7). Isso é tão grandioso, que minha mente precisa trabalhar em dobro para compreender o significado mínimo desse mistério de Deus, e ainda só chega a essa conclusão porque tem a fé como aliada.

Louvado seja o Senhor pelo seu amor!

“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo; como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor; e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado, em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça” (Ef. 1.3 a 7)

Por: Fernanda Ale Hespanhol – 16.08.10

terça-feira, agosto 10, 2010

Visita à Cristolândia

Dois dias depois de ter ido a Cracolândia, ou melhor, profeticamente Cristolândia paro para registrar minhas impressões. Minha conclusão é óbvia: o mundo anseia por amor e como Deus é AMOR, o mundo anseia por DEUS.

Eu nunca havia visto um grupo tão grande de pessoas tão presas pelo pecado, tão subjugadas pelo diabo, presas em cadeias na alma e no corpo pelo pecado. São pessoas diferentes umas das outras, histórias de vidas diferentes, pessoas que iniciaram no vício de maneira diferente, mas que hoje estão no mesmo lugar, compartilhando a mesma miséria.

Ouvi de um travesti “siliconado” de, segundo ele, diesel de avião em bisnaga injetado sob a pele: “eu quero sair do vício e das ruas, ter um emprego e parar com os programas. Só quero alugar meu quartinho e ter minha vidinha”. A ferida na alma dele é maior que a ferida em seu ombro que não para de produzir pus.

Uma outra moça muito bonita, acendendo o cachimbo (ela ainda não estava sob o efeito da droga) disse: “Ore por mim. Eu quero voltar a ser livre como vocês”. Somos livres em Jesus, Ele nos fez livres. “Se o Filho vos libertar verdadeiramente sereis livres” (João 8.36). Muitos procuram mostrar que são livres para fazerem de suas vidas o que querem e acabam entrando por portas erradas, a porta que conduz a vida é Jesus. Essa convicção veio muito forte ao meu coração no meu retorno de lá.

Eu poderia contar muitos outros relatos de pais que abandonaram sua família, de mulheres que foram violentadas dentro da suas próprias casas, de crianças viciadas, de mulheres que engravidaram e venderam seus filhos por cinquenta reais para comprar droga, de homens e mulheres sem esperança e que são a face da tristeza e da miséria. Mas, o final de toda história que conheci termina com o desejo de ser livre das drogas, sair das ruas, reaver os filhos que estão perdidos no mundo.

A condição daquele povo é subumana. Vivem como bichos. Muitos estão há meses sem banho. Muitos pedem para pelo menos lavar o rosto para se sentirem melhor.

Há uma sede na alma daquelas pessoas que só pode ser saciada por Jesus, a fonte da salvação. Por isso, é dever da igreja sair ao encontro deles e anunciar Jesus, e abrir as portas de seus belos templos para que o pobre possa entrar. Já ouvi alguém dizer uma vez que as igrejas precisam de menos glamour para que o pobre, o marginalizado se sinta bem dentro da igreja. Isso é verdade. Basta conversar com aqueles que estão lá nas ruas daquele lugar que fede a urina, fezes, droga, suor, comida estragada, e até sangue e ouvir relatos de pessoas que tentaram entrar nas igrejas (Sim! Nas nossas lindas igrejas) e que foram barrados, ou que tiveram que sentar no último banco para não incomodas os cheirosos e engomados irmãos que domingo após domingo estão lá para prestar seu culto a Deus. Fiquei triste. Vi o retrato do preconceito e da discriminação ao ouvir como alguns foram até convidados de “maneira cristã” a se retirar. Fiquei pensando, será que é tão difícil assim oferecer uma troca de roupa, um banho e cafezinho nas tradicionais cantinas depois do culto? O evangelho que pregamos não é o que vivemos. Nosso discurso é bem produzido e bem pautado, mas é de pouca vivencia e, por isso, de pouca eficiência.

Aquelas pessoas desejam serem tocadas, elas desejam sentir que são gente. Elas querem um aperto de mão, um sorriso, uma palavra, um abraço, elas querem ser ouvidas, elas querem atenção, elas querem uma mão estendida, elas querem alguém que pelo menos ouça a história delas, acho que isso já ajuda a diminuir sensivelmente a sensação de solidão.

Um homem que estava lá me disse “Essas pessoas só querem amor, se elas encontrarem o amor nas pessoas, então elas encontrarão a Deus”. O mundo anseia por Amor, o mundo tem sede de beber as águas do Cristo. O mundo precisa ter o seu vazio preenchido por Jesus.

Que eu e você, como igreja do Senhor, sejamos desafiados a amar, a tocar vidas, a dar Cristo as pessoas, a sentir compaixão pelos perdidos.

Por: Fernanda Ale Hespanhol – 28.06.10 – 10h

quarta-feira, junho 16, 2010

O meu lugar é mais embaixo



O meu lugar é mais embaixo que o meu enganoso coração tenta me colocar;

O meu lugar é mais embaixo do que o meu orgulho me faz pensar que devo estar;

O meu lugar é mais embaixo do que eu julgo merecer estar;

O meu lugar é mais embaixo do que considero que o meu irmão mereça ficar;

O meu lugar é mais embaixo que o débil na fé se encontre hoje;

O meu lugar é mais embaixo que as minhas condições financeiras possam me proporcionar;

O meu lugar é mais embaixo de tudo o que eu penso que é muito bom em mim;

O meu lugar é mais embaixo que a minha visão me permite enxergar quando olho para baixo;

O meu lugar é mais embaixo que o brilho dos meus dons e talentos que tenta usurpar tua glória, trazendo-a para mim;

O meu lugar é mais embaixo, é aos pés de Jesus!

Enquanto eu achar que meu lugar é mais alto, mais tempo aqui em baixo, na Terra, eu passarei. Porque precisarei de mais tempo para ser tratada, para ser transformada, para ter mais de Cristo em mim, para aprender a dizer não para a minha vontade que me faz pecar.

A cada dia que passa, vejo como é realmente importante vivermos sob a direção do Espírito Santo, dEle e apenas dEle. Quanto mais obedecermos a recomendação de Paulo em Gálatas 5:16 (“Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne”) mais de Cristo teremos em nós e mais dEle demonstraremos. Quando não estamos sintonizados com o Espírito de Deus estamos trabalhando conforme a vontade humana que é caída e que milita contra tudo o que provém do Senhor. Quando estamos no Espírito demonstramos que estamos nEle mesmo sem nada dizer. Quando estamos na carne sentimos uma enorme necessidade de nos expressarmos, esbravejarmos e mostrar o quanto somos sábios e justos por nós mesmo. Pobres e miseráveis mortais que somos! Como diz Isaías “Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.” (Isaías 64:6)

Que o nosso clamor seja como as palavras de Isaías, no mesmo texto do capítulo 64, mas agora no versículo 8 “Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos.”

Molda-nos Senhor, e só então seremos parecidos contigo.

Ensina-nos a nos colocarmos aos Teus pés, porque só assim contemplaremos a grandeza do nosso Deus e reconheceremos quão pequenos somos e conseguiremos admitir o nosso lugar em teu reino, em teu serviço.

Enche-nos com o Teu Espírito e, então, derramaremos o seu amor em todas as ocasiões.

Transforma-nos conforme o teu caráter, e só assim exalaremos o perfume da santidade em nossas vidas.

Corrige-nos conforme os teus ensinos e só assim cumpriremos a Tua vontade e agradaremos o Teu coração.

Ensina-nos a sermos humildes como o Senhor foi quando esteve aqui na Terra entre nós para que venhamos reconhecer que só Tu Jesus és digno de toda honra e toda glória.


Por: Fernanda Ale Hespanhol – 19.06.09

Discernimento

“Ana, uma profetisa, também estava ali no templo naquele dia. Ela era filha de Fanuel, da tribo judaica de Aser, e estava muito idosa, porque havia sido viúva durante 84 anos, depois de sete anos de casamento. Ela nunca saía do templo, mas permanecia lá, dia e noite, adorando a Deus com orações e jejuns. Chegando naquela hora, também começou a dar graças a Deus e a proclamar publicamente a chegada do Messias a todos aqueles de Jerusalém que haviam estado esperando a vinda do Salvador”. (Lucas 2:36 a 38)

Como diz o texto bíblico, Ana era uma mulher idosa e viúva que estava sempre no templo adorando a Deus, buscando-O através de jejuns e orações. Ela com certeza clamava pela vinda do Messias. Ela com certeza suplicava a Deus que enviasse o Libertador, o Restaurador do povo de Israel. Ela com certeza ansiava por ver seu país livre do governo romano tendo em seu trono um rei descendente de Davi.

Imagino que a vida de Ana devia ser totalmente dedicada ao Senhor, afinal, com a morte do marido lhe sobrara muito tempo.

Com a precoce morte de seu marido (apenas sete anos de casados) ela poderia ter preferido se casar de novo, ou até mesmo poderia ter se enveredado por caminhos de pecado. Talvez, se tornasse uma viúva daquelas fofoqueiras que fica de casa em casa arrumando intriga – como Paulo adverte na carta à Timóteo no capítulo 5 versículo 13. Mas não, Ana não. Ana persevera em oração dia e noite (antes mesmo da recomendação do apóstolo Paulo em 1 Timóteo 5:5). Ana gastava seu tempo servindo no templo, orando, jejuando, clamando pela salvação do seu povo. Ela com certeza soube das muitas crueldades de Herodes para com sua própria família, e temia pelo que ele poderia fazer contra seu povo.Suas orações a Deus para enviar o Messias deviam ser súplicas de alguém que dedicou a vida na adoração a Deus e que ardia em seu peito o desejo de conhecer o Libertador.

Mas como poderia ela reconhecê-lO apenas olhando para uma criança? Como poderia saber que o Messias estava presente sem que Ele anunciasse qualquer palavra de esperança e alento? Aí está a chave, a palavra que se dá é DISCERNIMENTO.

Durante muitos anos Ana orou, e depois de tanto tempo (ela já tinha 84 anos) ela teve suas orações atendidas e no momento certo, teve o discernimento necessário para perceber que enfim Deus lhe respondera.

Mais do que ansear pela vinda do Messias, mais do que querer vê-lo reinar, ela orava a Deus, ela jejuava, ela passava dia e noite em sua presença. Com toda a intensidade de sua busca era impossível não discernir o que Deus estava fazendo naquele momento. Era impossível não perceber que aquela criança que estava sendo apresentada no templo era o Desejado das Nações, o Príncipe da Paz.

Ana estava tão segura de que o menino Jesus era o Messias que começou a proclamar publicamente que Ele era o Salvador. Ela tinha tanta convicção que no mesmo instante começou a dar graças a Deus pela chegada do Salvador em Jerusalém.

Discernimento, algo que recebemos do Pai quando andamos em sua presença dia a dia. Discernimento, aquilo que nos faz ver o que com os olhos naturais não enxergamos.

Discernimento é o que falta a muitos de nós para vermos o que Deus está fazendo em nossas vidas e o que Ele quer de nossas vidas.

Às vezes, oramos por uma semana e já queremos os resultados, as respostas precisam ser imediatas, se não, achamos que Deus está surdo ou com o braço encolhido para nos abençoar. Isso é falta de discernimento! Precisamos saber discernir que Deus tem seu tempo, e que devemos andar com Ele dia a dia, não devemos cansar de orar porque se isso acontecer, se o deixarmos por um só momento corremos o risco de não termos discernimento para perceber que é Deus nos respondendo quando as coisas começarem a acontecer.

Que tenhamos em Ana um exemplo a ser seguido. Que sejamos perseverantes em orações, incansáveis em servir ao Senhor e que possamos buscar nEle o discernimento necessário para reconhecermos o agir de sua poderosa mão.
Por: Fernanda Ale Hespanhol